23 de fev. de 2011

Advogados tentam dissuadir Kassab de fusão com siglas
DAIENE CARDOSO - Agência Estado

Assediado por PMDB e PSB, o prefeito de São Paulo Gilberto Kassab (DEM) está desistindo da ideia de criar um novo partido para fundi-lo com outra legenda no futuro. O prefeito, que contratou dois escritórios de advocacia especializados em legislação eleitoral, vem sendo convencido por seus advogados de que é mais vantajoso politicamente ter um partido sob seu controle do que incorporar seu grupo a um partido já existente. De olho na disputa ao Palácio dos Bandeirantes em 2014, tudo que Kassab quer é espaço e liberdade de atuação.

Em conversa ontem com o advogado Alberto Rollo, Kassab avaliou as vantagens e as desvantagens da criação de uma nova legenda. Informado por Rollo que o Partido da Democracia Brasileira (PDB) - nome cogitado para a nova sigla - ficará sem tempo de televisão até eleger seus primeiros deputados federais e sem recursos do fundo partidário, o prefeito foi aconselhado a equacionar o problema através de coligações nas próximas eleições.

Na prática, Kassab usaria o tempo e os recursos da coligação e ainda ganharia liberdade de negociar com quem quiser, sem precisar se filiar a outra legenda. "Mostrei a ele os aspectos políticos e as vantagens da coligação. Sem fusão, ele terá as vantagens sem ter as desvantagens", explicou o advogado.

Kassab vem negociando sua mudança de partido desde o ano passado. O primeiro a abrir as portas foi o PMDB, até então sob a liderança regional do ex-governador Orestes Quércia. Com a morte de Quércia e o aviso dos peemedebistas paulistas de que o prefeito não seria recebido como "cacique", Kassab se aproximou do PSB do governador de Pernambuco Eduardo Campos. Como o prefeito pretende levar seus aliados consigo e teme que o DEM reivindique os mandatos alegando infidelidade partidária, a ideia de lançar uma nova sigla se mostrou a alternativa jurídica mais segura. Assim, Kassab poderia criar um "partido de passagem" e em seguida incorporá-lo a outra legenda.

Insatisfeito com os rumos do DEM e preocupado em viabilizar sua candidatura ao governo de São Paulo, o prefeito deve se desfiliar após 15 de março, data da convenção do partido. Os advogados têm até essa data para preparar toda a documentação exigida para legalizar a legenda junto à Justiça Eleitoral. "Ele não quer atrapalhar a convenção do DEM", revelou Rollo. Ainda nesta semana, um grupo de assessores se reunirá para concluir o estatuto do novo partido.

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