Enquanto petistas como a senadora Marta Suplicy (SP) e o deputado federal Jilmar Tatto rechaçam a medida, o líder do PT na Câmara, Cândido Vaccarezza, e o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) são favoráveis, com alguns senões, à criação de um prazo em que os políticos poderiam trocar de partido sem serem penalizados.
Tatto até debocha dos eventuais resultados de um período para a troca: “Janela para quê? Para inchar o PMDB? O DEM ia acabar. É a única coisa boa da janela”.
Os presidentes do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), dizem ser contrários a essa medida. “A janela partidária é casuísmo. Mas o País precisa de uma rearrumação partidária. Vai haver um momento em que será necessária uma rearrumação partidária da legitimidade. Os partidos estão muito superficiais”, diz Sarney.
Para Maia, a discussão sobre a janela partidária está fora do tempo: “Quem queria mudar podia fazer isso na eleição. Digo isso, embora ela viesse a beneficiar os partidos da base aliada. Temos de passar por um processo de fusão de partidos. Quanto menos partidos tivermos, melhor para a democracia”.
Já o ministro da Justiça e o líder do PT na Câmara impõe uma condição para a janela – a realização de uma reforma para fortalecer partidos.
O senador Aécio Neves (PSDB-MG), o ministro Alexandre Padilha (Saúde) e Vaccarezza concordam que a troca, feita no âmbito de uma reforma política, ocorra no final do mandato. “Não se pode criar uma camisa de força. Se aprovarmos para agora, perderemos a credibilidade”, diz Aécio.
O caos de posições pode ser certificado pelas declarações do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o ministro Aloizio Mercadante (Ciência e Tecnologia). O tucano e o petista são contra. Para FHC, não se pode flexibilizar a legislação para atender a interesses pontuais – a eventual saída de Gilberto Kassab do DEM é o exemplo mais evidente.
Do JC
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