O secretário estadual das Cidades, Humberto Costa, negou ontem a intenção de disputar o Senado em 2010, mas, ao mesmo tempo, disse que não se exclui da missão caso seja convocado pelo partido. “Não estou me lançando a nada nem me recusando a nada. Minha intenção é ser candidato a deputado federal, mas se o partido me der outra missão, vamos analisar”, disse. A declaração veio em resposta ao ex-prefeito do Recife João Paulo (PT). Em entrevista ao JC publicada ontem, João Paulo afirmou que o PT deveria definir logo a candidatura de Humberto ao Senado em 2010, devido à vitória do grupo liderado pelo secretário nas eleições internas do PT.
Humberto reafirmou sua posição de que o PT só deve discutir candidaturas depois de fevereiro de 2010. O secretário, inclusive, frisou que o ex-prefeito não está excluído do debate de candidatura majoritária, mesmo João Paulo declarando, na mesma entrevista, que agora disputar o Senado está descartado para ele. “No momento certo vamos discutir candidatura. Essa foi a tese vencedora nas eleições internas do PT. Vamos conversar com todos: a Frente Popular (aliança de sustentação do governo Eduardo Campos, formada por PSB, PT, PTB, PR, PCdoB e PDT), com o governador, com o presidente Lula. E daí construiremos o nosso projeto”, avisou.
Humberto também rebateu as declarações de João Paulo de que, no Processo de Eleições Diretas (PED) do partido, foram utilizados “mecanismos desaconselháveis” na disputa. João Paulo se referiu a denúncias de compra de votos lançadas por aliados seus, do Campo de Esquerda Unificado (CEU), contra a tendência Construindo Um Novo Brasil (CNB), liderada por Humberto.
Segundo o secretário, as denúncias de compra de votos fazem parte de uma estratégia de “gente que não sabe perder eleição”. “Eles fazem acusações falsas sem preocupação em expor o partido”, avaliou. Ao contrário de João Paulo, que declarou que caso as instâncias partidárias não sejam capaz de apurar e julgar as denúncias, caberia levar as irregularidades à Justiça, Humberto defendeu o tratamento das denúncias nas instâncias partidárias. “Estamos levando as denúncias contra o nosso grupo ao conselho de ética do partido. Devemos resolver essas coisas internamente”, afirmou.
Do JC Online
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