8 de nov. de 2009


O núcleo explodiu

João Paulo, ex-prefeito do Recife e uma das principais lideranças do PT no estado, tornou público uma assunto que já vinha sendo tratado há algum tempo nos bastidores: o seu afastamento do atual prefeito João da Costa (PT) e o fim do núcleo político que deu sustentação a administração petista na Prefeitura do Recife desde 2001. João Paulo afirmou, pela primeira vez abertamente, que o núcleo, no formato em que se manteve e foi conduzido ao longo de sua gestão, já não funciona mais.

O núcleo a que João Paulo se refere era formado basicamente, além dos dois Joãos, pelo vereador Múcio Magalhães e pela ex-secretária municipal de gestão estratégica e comunicação Lygia Falcão. O grupo ganhou destaque e força durante as suas duas gestões a frente da PCR (2000 a 2008). Mas após a vitória do prefeito João da Costa, o núcleo entrou em rota de colisão e hoje está completamente desarticulado. João da Costa sequer atende aos telefonemas de João Paulo e nos eventos públicos os doisapenas se cumprimentam. Era o grupo que montava estratégia, definia objetivos políticos e administrativos, monitorava as ações e definia as articulações interna e externa do governo. "Enfrentávamos as questões essenciais, tratávamos de enfrentar as dificuldades coletivamente", informou João Paulo.

O Diario ouviu de diferentes pessoas do PT e integrantes do alto escalão do governo Eduardo Campos as queixas que João Paulo vem fazendo em relação ao comportamento de seu sucessor. Petistas que estiveram com o ex-prefeito revelam que ele não esconde mais seu desapontamento. Sem meias palavras, sempre que tem uma oportunidade o petista tem confidenciado sua decepção. João Paulo diz não entender o real motivo da "separação" e que se pudesse voltar o "filme" não sabe qual seria sua posição.

O petista chegou a revelar que não tem qualquer influência na gestão de João da Costa, governo do qual foi o responsável pela vitória. "Ele disse que não era ouvido e que João da Costa mantém uma centralização excessiva nas decisões. Para exonerar ou nomear, mesmo as funções mais simples, tem que passar pelo prefeito. A gestão não anda", revelou um petista parte da conversa travada com João Paulo.

Procurado para falar sobre as declarações de João Paulo, o prefeito do Recife, João da Costa, informou, por meio de sua assessoria, que não falaria sobre o assunto e que a questão estava superada.

Do Diario de Pernambuco

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