A silenciosa disputa pela vice
Ninguém arrisca falar abertamente, mas a vaga de vice na chapa do governador Eduardo Campos (PSB) em 2010 é o cargo mais cobiçado pelos partidos da base aliada. Isso porque existe a possibilidade de Eduardo não concluir o segundo mandato para disputar um cargo eletivo em 2014 e nesse cenário o vice não só assumirá o governo como poderá concorrer à reeleição. Oficialmente, os dirigentes partidários acham precipitado antecipar esse debate. No entanto, existe uma movimentação nos bastidores que mostra que os partidos tendem a brigar pela vaga na discussão que será travada com o governador, condutor natural do processo sucessório no grupo liderado por ele no estado.
Essa previsão em relação ao vice se deve ao bom momento vivido pela administração socialista. As pesquisas mostram que o governo de Eduardo tem uma aceitação popular superior a 70%, o que lhe dá boas chances de ser reeleito no próximo ano. Mas essa tese só se confirmará se o governador, por necessidades políticas, resolver trocar João Lyra (PDT) por um outro candidato. O pedetista tem sido um vice leal e colaborador. Primeiro aceitou a compor a chapa majoritária em 2006, quando Eduardo não tinha chances concretas de vencer a eleição. E segundo, ao longo de todo mandato, não se indispôs com o "chefe". Além de tudo isso, concordou em assumir a Secretaria de Saúde, uma das pastas mais complicadas da administração.
Por isso, comenta-se no meio político que as lideranças evitam falar com Eduardo sobre o assunto. Até porque o socialista não abre espaço para esse tipo de discussão. Ao contrário disso, tem repetido que o debate eleitoral só vai acontecer no momento certo, provavelmente depois do carnaval. Apesar disso, o jogo já está sendo disputado. A vitória da corrente Construindo um Novo Brasil (CNB), liderado no estado pelo secretário das Cidades, Humberto Costa (PT), e a saída do ex-prefeito do Recife João Paulo (PT) da Secretaria Especial de Articulação Regional, abriu mais o leque de possibilidades.
Antes desses dois episódios, acreditava-se que o PT ocuparia a chapa na briga por uma vaga no Senado. A outra vaga seria do PTB, com o deputado federal Armando Monteiro Neto. Agora, com o desligamento de João Paulo do governo, a CNB pode pleitear a vice, cargo já demonstrou interesse. O presidente reeleito do PT estadual, Jorge Perez, externou essa preferência há cerca de três meses. A mesma avaliação foi feita pela então candidato à presidência nacional do PT, José Eduardo Dutra, que venceu a eleição petista. Segundo ele, o debate para compor a chapa majoritária não pode ser igual ao de 2006. "A discussão não pode ficar só no campo das alianças. O debate tem que ser por espaço político", frisou o petista.
A chance de ficar com a vaga de vice também animou integrantes de outros partidos, a exemplo do secretário de Desenvolvimento Econômico, Fernando Bezerra Coelho (PSB) e o deputado federal e presidente do PR, Inocêncio Oliveira. No caso de Bezerra Coelho, há uma tentativa de demarcar espaço na briga pelo Senado. Mas, nos bastidores, aliados mais próximos dele afirmam que seu objetivo é na verdade entrar no jogo para ser o indicado a vice. Já Inocêncio pegou carona na declaração de Jorge Perez e também explicitou a vontade de concorrer ao cargo.
Quando o governador abrir oficialmente a discussão sobre sua sucessão e se resolver tratar da vice, deverá optar por um nome de sua extrema confiança e que não venha atrapalhar sua gestão. O apoio dele ao candidato ao governo do estado em 2014,no entanto, vai depender da composição nacional. O que se diz em reserva é que entre nomes do PT e do PSB, Eduardo deverá dar sustentação a um concorrente do próprio partido na futura eleição.
Na atual conjuntura, entretanto, os socialistas afirmam que estão fechados com João Lyra na vice. Essa garantia foi dada pelo presidente estadual do PSB, Milton Coelho. "Não é o momento de discutimos cargos. O nosso projeto é de reeleger Eduardo Campos e eleger a ministra chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, à presidência da República", ponderou.
João Lyra (PDT)
(positivo) é um aliado fiel do governador Eduardo Campos (PSB)
(negativo) faz parte de um partido com menor força política e eleitoral
João Paulo (PT)
(positivo) tem densidade eleitoral, principalmente na Região Metropolitana do Recife (RMR) e teve duas gestões bem sucedidas na Prefeitura do Recife
(negativo) a forma como deixou o governo o desgastou politicamente no conjunto da base aliada
Humberto Costa (PT)
(positivo) foi o primeiro a declarar apoio à candidatura de Eduardo no segundo turno da eleição de 2006. É bem avaliado no governo e tem boa densidade eleitoral
(negativo) nunca venceu uma eleição majoritária e ainda aguarda o desfecho do processo da operação vampiro, ocorrida durante a sua gestão no Ministério da Saúde
Fernando Bezerra Coelho (PSB)
(positivo) é um secretário bem articulado e responde por um dos projetos mais importantes do governo, o Complexo Industrial e Portuário de Suape
(negativo) a escolha dele implicaria na composição de uma chapa puro sangue, o que poderia trazer complicações para Eduardo no debate sucessório com a base aliada
Do Diario de Pernambuco
Ninguém arrisca falar abertamente, mas a vaga de vice na chapa do governador Eduardo Campos (PSB) em 2010 é o cargo mais cobiçado pelos partidos da base aliada. Isso porque existe a possibilidade de Eduardo não concluir o segundo mandato para disputar um cargo eletivo em 2014 e nesse cenário o vice não só assumirá o governo como poderá concorrer à reeleição. Oficialmente, os dirigentes partidários acham precipitado antecipar esse debate. No entanto, existe uma movimentação nos bastidores que mostra que os partidos tendem a brigar pela vaga na discussão que será travada com o governador, condutor natural do processo sucessório no grupo liderado por ele no estado.
Essa previsão em relação ao vice se deve ao bom momento vivido pela administração socialista. As pesquisas mostram que o governo de Eduardo tem uma aceitação popular superior a 70%, o que lhe dá boas chances de ser reeleito no próximo ano. Mas essa tese só se confirmará se o governador, por necessidades políticas, resolver trocar João Lyra (PDT) por um outro candidato. O pedetista tem sido um vice leal e colaborador. Primeiro aceitou a compor a chapa majoritária em 2006, quando Eduardo não tinha chances concretas de vencer a eleição. E segundo, ao longo de todo mandato, não se indispôs com o "chefe". Além de tudo isso, concordou em assumir a Secretaria de Saúde, uma das pastas mais complicadas da administração.
Por isso, comenta-se no meio político que as lideranças evitam falar com Eduardo sobre o assunto. Até porque o socialista não abre espaço para esse tipo de discussão. Ao contrário disso, tem repetido que o debate eleitoral só vai acontecer no momento certo, provavelmente depois do carnaval. Apesar disso, o jogo já está sendo disputado. A vitória da corrente Construindo um Novo Brasil (CNB), liderado no estado pelo secretário das Cidades, Humberto Costa (PT), e a saída do ex-prefeito do Recife João Paulo (PT) da Secretaria Especial de Articulação Regional, abriu mais o leque de possibilidades.
Antes desses dois episódios, acreditava-se que o PT ocuparia a chapa na briga por uma vaga no Senado. A outra vaga seria do PTB, com o deputado federal Armando Monteiro Neto. Agora, com o desligamento de João Paulo do governo, a CNB pode pleitear a vice, cargo já demonstrou interesse. O presidente reeleito do PT estadual, Jorge Perez, externou essa preferência há cerca de três meses. A mesma avaliação foi feita pela então candidato à presidência nacional do PT, José Eduardo Dutra, que venceu a eleição petista. Segundo ele, o debate para compor a chapa majoritária não pode ser igual ao de 2006. "A discussão não pode ficar só no campo das alianças. O debate tem que ser por espaço político", frisou o petista.
A chance de ficar com a vaga de vice também animou integrantes de outros partidos, a exemplo do secretário de Desenvolvimento Econômico, Fernando Bezerra Coelho (PSB) e o deputado federal e presidente do PR, Inocêncio Oliveira. No caso de Bezerra Coelho, há uma tentativa de demarcar espaço na briga pelo Senado. Mas, nos bastidores, aliados mais próximos dele afirmam que seu objetivo é na verdade entrar no jogo para ser o indicado a vice. Já Inocêncio pegou carona na declaração de Jorge Perez e também explicitou a vontade de concorrer ao cargo.
Quando o governador abrir oficialmente a discussão sobre sua sucessão e se resolver tratar da vice, deverá optar por um nome de sua extrema confiança e que não venha atrapalhar sua gestão. O apoio dele ao candidato ao governo do estado em 2014,no entanto, vai depender da composição nacional. O que se diz em reserva é que entre nomes do PT e do PSB, Eduardo deverá dar sustentação a um concorrente do próprio partido na futura eleição.
Na atual conjuntura, entretanto, os socialistas afirmam que estão fechados com João Lyra na vice. Essa garantia foi dada pelo presidente estadual do PSB, Milton Coelho. "Não é o momento de discutimos cargos. O nosso projeto é de reeleger Eduardo Campos e eleger a ministra chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, à presidência da República", ponderou.
João Lyra (PDT)
(positivo) é um aliado fiel do governador Eduardo Campos (PSB)
(negativo) faz parte de um partido com menor força política e eleitoral
João Paulo (PT)
(positivo) tem densidade eleitoral, principalmente na Região Metropolitana do Recife (RMR) e teve duas gestões bem sucedidas na Prefeitura do Recife
(negativo) a forma como deixou o governo o desgastou politicamente no conjunto da base aliada
Humberto Costa (PT)
(positivo) foi o primeiro a declarar apoio à candidatura de Eduardo no segundo turno da eleição de 2006. É bem avaliado no governo e tem boa densidade eleitoral
(negativo) nunca venceu uma eleição majoritária e ainda aguarda o desfecho do processo da operação vampiro, ocorrida durante a sua gestão no Ministério da Saúde
Fernando Bezerra Coelho (PSB)
(positivo) é um secretário bem articulado e responde por um dos projetos mais importantes do governo, o Complexo Industrial e Portuário de Suape
(negativo) a escolha dele implicaria na composição de uma chapa puro sangue, o que poderia trazer complicações para Eduardo no debate sucessório com a base aliada
Do Diario de Pernambuco






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