27 de nov. de 2009

Silvio acusa denuncismo "em função das eleições"

O governo do Estado voltou a responder ontem às acusações da oposição sobre indícios de superfaturamento na contratação de shows promovidos entre dezembro de 2008 e janeiro deste ano através de dois convênios entre a Empresa de Turismo de Pernambuco (Empetur) e o Ministério do Turismo, envolvendo R$ 6,9 milhões. Blindado logo após a emersão das denúncias, o secretário estadual de Turismo, Sílvio Costa Filho, correlacionou as acusações, ontem, à aproximação do ano eleitoral, em entrevista à Rádio Jornal. “Nós estamos iniciando um processo eleitoral e a oposição está partindo para um denuncismo. Eles não têm história nem moral para fazer qualquer acusação”, disse o secretário, pré-candidato à reeleição ao cargo de deputado estadual. O gestor do setor turístico do Estado reconheceu também o papel da oposição em fiscalizar. “Compreendemos que é papel da oposição fiscalizar o poder Executivo, mas para isso é preciso que se tenha o mínimo de responsabilidade pública. Nosso trabalho vem incomodando setores da oposição”, disse.

Além da entrevista, o secretário divulgou nota oficial à imprensa. Para os oposicionistas, os indícios de superfaturamento estão baseados na comparação entre os preços pagos por cada show – especificados em dossiê levantado pela deputada Terezinha Nunes (PSDB) – e a realidade do mercado fonográfico brasileiro. Anteontem, por exemplo, após terem seus nomes envolvidos com o escândalo, Silvério Pessoa e maestro Spok confirmaram que os valores de fato recebidos por eles – R$ 15 mil e R$ 20 mil respectivamente – são bem menores que os gastos divulgados pelo governo com seus shows.

“A oposição está explorando que nós pagamos cachês diretos aos artistas com valores exorbitantes e não é verdade. Existe uma coisa que você paga direto ao artista, outra coisa é uma ação, eventos importantes. Nessas produtoras, você sabe que tem o cachê colocado, que envolve som, gerador, banheiros químicos, toda a estrutura logística”, respondeu o secretário. Na nota, Sílvio Costa Filho alerta a probabilidade de outros artistas ratificarem a diferença. “É de se esperar, inclusive, que apareçam questionamentos da mesma ordem em relação a outros artistas”, lembrou.

Sobre as suspeitas de que algumas notas fiscais teriam sido forjadas – da Walter Shows e da Yavé Shamá, por exemplo – a assessoria da Secretaria de Turismo confirmou que os dois documentos foram preenchidos por uma mesma pessoa. “As duas têm o mesmo contador.” No oitavo e último tópico da nota oficial remetida à imprensa, o secretário afirma que já tinha conhecimento anterior da montagem do dossiê contra a secretaria. “Já tinha conhecimento, há algum tempo, de toda essa orquestração para tentar atingir o governo via Secretaria de Turismo. Estou convencido de que as teses ornamentais da oposição terão vida curta, porque, ao final, a verdade sempre vence”, finalizou.

Do JC

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