Ciro desiste e Fernando assume Ministério da Integração

A presidente eleita Dilma Rousseff (PT) convidou ontem o secretário Fernando Bezerra Coelho (PSB/Desenvolvi­men­to Econômico) para assumir o Ministério da Integração Nacional. Ele aceitou o convite e será anunciado hoje, junto com mais uma fornada de futuros ministros, revela o repórter Arthur Cunha, da Folha de Pernambuco.

Bezerra Coelho ascende ao primeiro escalão federal como uma indicação pessoal do governador reeleito e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, que esteve presente no almoço onde Dilma convocou seu auxiliar, realizado na Granja do Torto, em Brasília.

Com a indicação, argumentam aliados, Eduardo pagou a fatura a Fernando pelo apoio dado em 2006 e, principalmente, por tê-lo rifado da corrida pelo Senado neste ano. Campos também sairia fortalecido no xadrez nacional por ter abocanhado um ministério para sua cota pessoal.

Também ficou acertado entre Dilma e o PSB que os irmãos Ciro e Cid Gomes, que comandam o partido no Ceará, indicarão o titular do Ministério dos Portos e Aeroportos, a ser criado. A entrega do futuro Ministério das Micro e Pequenas Empresas ao PSB, como se especulava, não aconteceu.

A discussão sobre a criação da pasta será posterior à composição ministerial, que Dilma pretende fechar ainda nesta semana. Contribuiu para o adiamento a negativa do senador Antônio Carlos Valadares (PSB/SE), que seria nomeado para abrir espaço no Senado para seu suplente, o presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra.

A ala nordestina do PSB acabou levando a melhor na correlação de forças internas; a novela em que se transformou a participação da sigla no Governo Federal terminou sem final feliz para todo mundo. A bancada socialista, composta por 34 deputados e quatro senadores, ficou sem nada. Ao contrário do que desejavam os socialistas, Dilma decidiu por reservar dois ministérios ao partido, e não três.

No último domingo, a cúpula do PSB reuniu-se em segredo no Palácio do Campo das Princesas para finalizar o esboço a ser entregue a Dilma. Participaram do encontro, além de Eduardo, o vice-presidente nacional da sigla, Roberto Amaral; o governador do Ceará, Cid Gomes; Antônio Carlos Valadares, Márcio França e o senador eleito Rodrigo Rollemberg (DF). Ontem pela manhã, após agenda administrativa, Campos e Bezerra Coelho viajaram para Brasília exclusivamente para se reunirem com a presidente eleita. Logo em seguida retornaram ao Recife com o martelo batido.