O Partido Socialista Brasileiro/PSB e
o Segmento LGBT: respeito à liberdade e
à diversidade
Luciano Freitas Filho¹
"Por
um mundo onde sejamos socialmente iguais, humanamente diferentes e totalmente livres" Rosa Luxemburgo
O Socialismo em real exercício, no contexto sociocultural
brasileiro, requer particular atenção sobre o desenvolvimento para além do
crescimento econômico. Um Socialismo que
garante a igualdade a partir do enfrentamento da miséria, da alienação
do trabalho e da desigualdade de direitos econômicos, é essencial para a luta
de classes. Entretanto, não há Socialismo pleno, nas suas diversas gestões
públicas, se não há o desenvolvimento humano, a legitimação da humanização do
humano. A felicidade em
terra bruta é mais importante que o Produto Interno Bruto e, portanto, o
socialismo por inteiro, o socialismo 40, é aquele que salvaguarda a liberdade e
a diversidade.
O PSB, hoje, encontra-se numa conjuntura política que tende a crescer
cada vez mais, não somente por conta de seu desempenho nas últimas eleições, mas também por conta de sua inserção crescente nos
Movimentos Sociais sindicalistas, Popular, de Juventude, Negritude, de Mulheres e de modo mais recente, no Segmento LGBT. O Partido entendeu, mesmo que tardiamente, a importância de
defender a diversidade sexual e o respeito à diferença, a fim de contemplar seu
projeto Socialista. É preciso que os
companheir@s LGBT tenham visibilidade no PSB, para que se possa atuar na base e
conquistar direitos afetivo-sexuais.
É
imprescindível nos fortalecermos como segmento político dentro do PSB, mas
também fortalecermos a nossa convicção de que o Socialismo só se dará de forma
efetiva e ampla quando a diversidade for considerada elementar. Coadunamos com
o companheiro Miguel Arraes quando ele nos lembra que “o socialismo é fruto das
contradições da sociedade". O discurso do socialismo deixa de ser
utopia através da força de seu trabalho, quando esse trabalho , que materializa
a voz e o braço do socialista, se inscreve na história em
prol da liberdade e compreendendo a diversidade
.
Quando
as injustiças sociais se tornam práticas hegemônicas, é preciso resistir. E
resistir para um partido de esquerda é se organizar e, por conseguinte, se
organizar para um partido de esquerda socialista é defender e ser difusor dos
Direitos Humanos.
Entoamos o coro do Presidente Nacional do PSB, Eduardo Campos,
quando o mesmo afirma que ser de esquerda socialista , hoje, não é a mesma
coisa que nos tempos de outrora, em meio ao despertar do exercício socialista
em terras Soviéticas ou Cubanas. Por mais que essas lutas nos tenham deixado um
legado, é preciso compreender os processos sociais e culturais que se
inscreveram na história e que se apresentam na ordem do dia. Nesse sentido,
seja em Cuba , na China ou no Brasil, o Socialismo contemporâneo precisa
defender a Diversidade, de modo particular, a diversidade afetivo-sexual.
O Combate à homofobia, ao
machismo e a promoção da igualdade de gênero são essenciais para o processo de
significação dos sujeitos socialistas para com o mundo e do mundo para com os
sujeitos socialistas. Uma bandeira de luta socialista e LGBT (re) afirma
sujeitos, corpos e práticas dotadas de desejo, amor e subjetividade. Ela clama
o amor ao próximo, discurso proferido comumente, porém pouco praticado. Ela
afirma aqueles que no armário estão, significam o mundo e são significados pelo
mundo. É uma prática dialética, necessária e potencial contra a hegemonia de
uma sociedade neoliberal classista, machista, heterossexista e homofóbica.
Por isso, parabenizamos o
Partido Socialista Brasileiro, por trazer para sua história o Segmento de
Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais.
1 filiado ao PSB-Pernambuco. Mestre em Educação pela UFPE. Assessor Pedagógico da Secretaria Executiva de Educação de Pernambuco.
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