4 de out. de 2011


O Partido Socialista Brasileiro/PSB e o Segmento LGBT:  respeito à liberdade e à diversidade
Luciano Freitas Filho¹

"Por um mundo onde sejamos socialmente   iguais, humanamente diferentes e totalmente livres"                                    Rosa Luxemburgo


             O Socialismo em real exercício, no contexto sociocultural brasileiro, requer particular atenção sobre o desenvolvimento para além do crescimento econômico. Um Socialismo que  garante a igualdade a partir do enfrentamento da miséria, da alienação do trabalho e da desigualdade de direitos econômicos, é essencial para a luta de classes. Entretanto, não há Socialismo pleno, nas suas diversas gestões públicas, se não há o desenvolvimento humano, a legitimação da humanização do humano. A felicidade em terra bruta é mais importante que o Produto Interno Bruto e, portanto, o socialismo por inteiro, o socialismo 40, é aquele que salvaguarda a liberdade e a diversidade.

             O PSB, hoje, encontra-se numa conjuntura política que tende a crescer cada vez mais, não somente por conta de seu desempenho nas últimas eleições, mas também por conta de sua inserção crescente nos Movimentos Sociais sindicalistas, Popular, de Juventude, Negritude, de Mulheres e de modo mais recente, no Segmento LGBT. O Partido entendeu, mesmo que tardiamente, a importância de defender a diversidade sexual e o respeito à diferença, a fim de contemplar seu projeto Socialista. É preciso que os companheir@s LGBT tenham visibilidade no PSB, para que se possa atuar na base e conquistar direitos afetivo-sexuais.
    É imprescindível nos fortalecermos como segmento político dentro do PSB, mas também fortalecermos a nossa convicção de que o Socialismo só se dará de forma efetiva e ampla quando a diversidade for considerada elementar. Coadunamos com o companheiro Miguel Arraes quando ele nos lembra que “o socialismo é fruto das contradições da sociedade". O discurso do socialismo deixa de ser utopia através da força de seu trabalho, quando esse trabalho , que materializa a voz e o braço do socialista, se inscreve na história em prol da liberdade e compreendendo a diversidade  .

      Quando as injustiças sociais se tornam práticas hegemônicas, é preciso resistir. E resistir para um partido de esquerda é se organizar e, por conseguinte, se organizar para um partido de esquerda socialista é defender e ser difusor dos Direitos Humanos.

         Entoamos o coro do Presidente Nacional do PSB, Eduardo Campos, quando o mesmo afirma que ser de esquerda socialista , hoje, não é a mesma coisa que nos tempos de outrora, em meio ao despertar do exercício socialista em terras Soviéticas ou Cubanas. Por mais que essas lutas nos tenham deixado um legado, é preciso compreender os processos sociais e culturais que se inscreveram na história e que se apresentam na ordem do dia. Nesse sentido, seja em Cuba , na China ou no Brasil, o Socialismo contemporâneo precisa defender a Diversidade, de modo particular, a diversidade afetivo-sexual.

                O Combate à homofobia, ao machismo e a promoção da igualdade de gênero são essenciais para o processo de significação dos sujeitos socialistas para com o mundo e do mundo para com os sujeitos socialistas. Uma bandeira de luta socialista e LGBT (re) afirma sujeitos, corpos e práticas dotadas de desejo, amor e subjetividade. Ela clama o amor ao próximo, discurso proferido comumente, porém pouco praticado. Ela afirma aqueles que no armário estão, significam o mundo e são significados pelo mundo. É uma prática dialética, necessária e potencial contra a hegemonia de uma sociedade neoliberal classista, machista, heterossexista e homofóbica.

                Por isso, parabenizamos o Partido Socialista Brasileiro, por trazer para sua história o Segmento de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais. 

1 filiado ao PSB-Pernambuco. Mestre em Educação pela UFPE. Assessor Pedagógico da Secretaria Executiva de Educação de Pernambuco.

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