20 de set. de 2009


Eduardo reforça o time na briga pela Assembleia

De olho num segundo mandato, governador luta para ampliar e melhorar a qualidade da futura bancada estadual do PSB


Sérgio Montenegro Filho

smontenegro@jc.com.br

Faltando pouco mais de um ano para as eleições, o governador Eduardo Campos (SPB) se debruça sobre uma tarefa que considera fundamental para garantir o sucesso de um eventual segundo mandato no Palácio do Campo das Princesas: consolidar uma chapa forte de candidatos do PSB à Assembleia Legislativa. O trabalho de costura dos nomes vem sendo feito de forma discreta, longe dos olhos do eleitorado. Ao menos por enquanto. Mas a ordem é garantir um plantel de deputados estaduais distribuído de forma mais homogênea pelas várias regiões de Pernambuco, e com presença mais forte na Região Metropolitana do Recife. Mas o aspecto primordial que tem regido as articulações é o da escolha de nomes que tenham real identidade com o partido e suas teses.

Na lista prévia colocada sobre a mesa do governador, despontam nomes conhecidos. Alguns, arraesistas no passado, que se mantiveram fiéis ao PSB nos momentos mais difíceis, após a tentativa frustrada de reeleição do ex-governador Miguel Arraes (SPB), derrotado por Jarbas Vasconcelos (PMDB) em 1998. “Muita gente pulou do barco depois daquilo. Agora, alguns estão voltando, mas quem ficou desde o começo terá prioridade”, garante um interlocutor palaciano, em reserva, advertindo não ser o momento de revelar as articulações.

Entre os cotados para reforçar a bancada do PSB estão incluídos secretários estaduais, ex-deputados, prefeitos, ex-prefeitos e antigos colaboradores de Eduardo e de Arraes (Veja arte nesta página). Há quem afirme, inclusive, que o governador já teria planos para alguns deles, cuja eleição é dada como certa pelo Palácio.

É o caso, por exemplo, do secretário de Desenvolvimento Econômico, Fernando Bezerra Coelho, que atualmente disputa uma das duas vagas de candidato ao Senado na chapa de Eduardo Campos em 2010 com o ex-prefeito do Recife, João Paulo (PT), e o deputado federal Armando Monteiro (PTB). Diante de dois fortes concorrentes, poderia haver um plano B para Bezerra Coelho. Ele seria convocado pelo próprio Eduardo para compor a chapa proporcional, como um dos puxadores de votos. Uma vez eleito, seria uma alternativa forte do Palácio para assumir a presidência da Assembleia, terceiro cargo no comando do Estado, na ausência do governador e do vice.

Outros auxiliares de primeiro escalão também são tidos como trunfos do governo. Caso de Waldemar Borges (Desenvolvimento Social) e Aluísio Lessa, braço direito do secretário da Casa Civil, Ricardo Leitão. O primeiro teria a missão de ampliar a votação do PSB na Região Metropolitana, uma área delicada para o partido. Lessa, por sua vez, já montou uma boa estrutura para 2010, sobretudo na Zona da Mata.

Há na lista do PSB alguns colaboradores veteranos, como os ex-deputados Ranilson Ramos e Oséas Moraes, a vereadora Laura Gomes (esposa do vice-prefeito de Caruaru, Jorge Gomes), e a ex-prefeita de Salgueiro, Cleuza Pereira. Todos com bom potencial de votos em suas respectivas regiões do Estado. “Esse debate ainda não foi aberto oficialmente no Palácio. Não há ninguém sendo convocado para nada ainda. Mas todos concordam que Eduardo Campos tem o direito de lutar para ampliar sua representação e para que ela seja o mais fiel possível às teses do partido”, observa um socialista muito próximo ao governador.



Cenário favorável em 2010


Eduardo Campos não está insatisfeito com a bancada do PSB. Já prometeu, inclusive, se empenhar pela reeleição de cinco dos atuais deputados socialistas que devem disputar o pleito de 2010. As outras duas – Carla Lapa e Ceça Ribeiro – pretendem abandonar a vida pública. Mas além de considerar a atual representação muito pequena, o governador avalia que no bloco socialista não há destaques do ponto de vista ideológico.

Em parte, o próprio Eduardo é responsável por isso. Ao contrário do favoritismo previsto para 2010, no início de 2006 seu nome aparecia na lanterna entre os pré-candidatos a governador, com parcos 4% das intenções de voto, contra os favoritos Mendonça Filho (DEM) e Humberto Costa (PT). E o PSB ainda se ressentia da derrota de Miguel Arraes. Esse cenário desfavorável afugentou da chapa proporcional socialista vários nomes de peso, que migraram para partidos da base jarbista (PMDB, PSDB, DEM e PPS). Quando a virada do PSB nas pesquisas aconteceu, a chapa já havia sido costurada, com estreantes e políticos detentores de pequenas bases no interior. Como resultado, a bancada eleita, embora fiel e empenhada na defesa dos interesses do governo, carecia de experiência no Parlamento, um ambiente reconhecidamente hostil aos novatos.

Prova disso é que Eduardo foi buscar nos partidos aliados nomes para cargos estratégicos do Legislativo que, em princípio, caberiam ao PSB. Aproveitou dois do PDT: Guilherme Uchoa – ungido para presidir a Casa – e José Queiroz, avalizado para assumir o comando da Comissão de Constituição e Justiça, organismo mais importante no processo de tramitação das leis.

E foi no aliado mais forte que Eduardo pinçou o líder da bancada governista, composta por PSB, PT, PDT, PR, PTB e legendas menores. Entregou o cargo ao petista Isaltino Nascimento, que por dois anos havia liderado o bloco de oposição a Jarbas Vasconcelos (PMDB).

Faltava preencher o último cargo estratégico: a primeira-secretaria da mesa diretora da Casa, responsável pelo setor administrativo-financeiro do Legislativo. Foi o momento de a bancada do PSB cravar um ponto: depois de uma disputa acirrada entre estreantes, João Fernando Coutinho venceu Aglailson Júnior e ficou com a função.

Presidente estadual do PSB, o vice-prefeito do Recife, Milton Coelho, condena a tese de que falta qualidade, ou mesmo experiência, à bancada do partido. E vai além: classifica como “intrigas” as informações de que haveria uma seleção de nomes para 2010. “Esse discurso é de gente de fora, querendo forçar a entrada na bancada estadual”, reage, assegurando que o governador jamais queixou-se da sua representação na Assembleia.

Quanto ao fato de Eduardo distribuir cargos estratégicos entre deputados de legendas aliadas, o presidente do PSB resume como demonstração de um governo de coalizão. “Os deputados do PSB estão é pagando o preço por terem sido disciplinados e não brigarem por cargos”, diz. Mas garante que todos eles terão o apoio integral do partido na disputa pela reeleição.

O atual líder da bancada do PSB, deputado Airinho, reforça a defesa. Lembra que o governo não sofreu derrotas nos pleitos enviados à Assembleia, graças ao empenho dos parlamentares do PSB. “È com esses deputados que o governo conta nos momentos difíceis. Sempre fomos coerentes e sérios, e Eduardo é um político que não deixa na mão quem é correto com ele”, conclui.(S.M.F.)

Do JC Online

1 comentários:

Anônimo disse...

O que não entendo até agora foi a ida do Deputado Sebastião Rufino do DEM um partido de estrema direita para o PSB um partido socialista de tantas lutas sócias,
Todo povo sabe que foi o Político histórico e Cidadão Rufino, aliado, compadre e afilhado do Senador Marco Maciel a quem sempre foi muito fiel participou de todos os movimentos da repressão da Ditadura Militar, assumindo vários cargos políticos da época, pergunto mais uma vez qual o perfil socialista que este político vai exercer no PSB do saudoso Miguel Arraes de Alencar que foi tão perseguido e expulso do Brasil por defender as lutas sócias, que Rufino e toda sua corja tentou calar sua voz. Isso é uma Vergonha para a Política Pernambucana, um atraso ideológico, Dr. Arraes se estivesse vivo jamais aceitaria isso um político como Rufino que não tem nenhuma identidade com o PSB nem tão pouco com suas teses.

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