17 de set. de 2009

Vereador condenado perde o mandato

Acusado de integrar grupo de extermínio, Pedro Juscelino Gomes foi condenado em definitivo pela Justiça. Com isso, perdeu a vaga na Câmara


Dois anos após a prisão Jerry Adriane Gomes da Silva, Nego de Lídio, considerado pela polícia um dos criminosos mais perigosos de Pernambuco, e de integrantes de um grupo liderado por ele, acusado de vários crimes no Sertão pernambucano, as consequências de decisões judiciais sobre o caso tiveram repercussão no campo da política. Mais precisamente em Santa Maria da Boa Vista (Sertão). O presidente da Câmara de Vereadores, Lucinaldo Neves Oliveira (DEM), confirmou ontem o afastamento do vereador Pedro Juscelino Gomes da Silva (PPS), irmão de Nego Lídio, e mandou convocar o primeiro suplente, Aureliano Gonçalves Filho (PSDB), para ocupar a vaga. O motivo do afastamento é que o Legislativo recebeu um ofício do Judiciário informando a condenação definitiva de Juscelino como integrante do grupo criminoso liderado pelo irmão. O advogado dele informou que entrou com um recurso para tentar reverter a decisão da Justiça.

Juscelino Gomes foi condenado a quatro anos e meio de prisão por formação de quadrilha, tráfico e furto, e seus recursos judiciais foram rejeitados, o último deles pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), em maio: o tribunal considerou que a petição do recurso especial foi protocolado depois do prazo. Ele cumpre pena em regime semiaberto. A Justiça o considerou partícipe do grupo liderado pelo irmão. Pela lei brasileira, a decisão penal condenatória automaticamente suspende os direitos políticos do réu.

O advogado de Juscelino, João Olímpio de Mendonça, se disse confiante numa reviravolta no caso. “Quando entrei com o recurso estávamos no meio de uma greve de servidores da Justiça, quando os prazos estavam suspensos. Informei isso ao STJ e estou certo que o relator do caso vai reconsiderar sua decisão”, afirmou. Se o relator rever sua posição e receber o recurso, Juscelino Gomes retoma o mandato até que o STJ se pronuncie sobre o mérito da condenação. João Olímpio também negou participação do cliente com crimes. “Ele foi condenado com base em depoimentos de policiais que o investigaram, interessados a todo custo em provar que suas investigações estavam certas, sem se preocupar com os fatos”, advertiu.

Nego de Lídio foi preso pela Polícia Federal em abril de 2007, dentro da operação Ilha Encantada. O grupo liderado por ele é acusado de assassinatos, assaltos, estupro e tráfico de maconha.

Do JC Online

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