Governador e aliados em clima de pré-campanha
A campanha para o comando do Estado foi claramente debatida ontem pelo governador Eduardo Campos (PSB) na Mata Norte. A pouco menos de um ano das urnas de 2010, para uma plateia “turbinada” por feriado escolar em Itaquitinga que incluiu banda marcial, Eduardo lembrou promessas de campanha de 2006, destacou seu governo como “não de uma obra, mas de muitas”, arrematou frase com um “tudo isso em dois anos e oito meses de trabalho” e, principalmente, escutou elogios com fortes conotações eleitorais. A lista de afagos incluiu até o presidente em exercício do Tribunal de Justiça do Estado (TJPE), o desembargador Bartolomeu Bueno.
Dez ônibus percorreram uma estrada de terra de 15 quilômetros, conduzindo os estudantes, professoras e outros populares a uma grande estrutura armada para o lançamento do Centro Integrado de Ressocialização (CIR) de Itaquitinga, novo complexo prisional que será erguido no município. O projeto envolve segurança pública e turismo, pois vai abrigar os detentos que hoje está em Itamaracá.
Além de uma grande lista de convidados ilustres, chamou a atenção nos discursos a intenção de confrontar governos diferentes. “Os governadores anteriores sequer inauguravam presídios porque diziam que preso não rende votos”, afirmou Bartolomeu Bueno. “(Eduardo) mais vez demonstra que é um grande governador”, ressaltou o desembargador.
A deputada federal Ana Arraes (PSB) no início de seu discurso aludiu à imagem do “um passo de cada vez”, mas ponderou que também era possível “correr”. Ao final de sua fala, bastante empolgada, deu tom de palanque. “Conto com vocês, jovens pernambucanos, para que a gente possa fazer muito mais coisa”, concluiu.
As maiores provocações, no entanto, vieram do presidente da Assembleia Legislativa, Guilherme Uchoa (PDT), que em um longo discurso enumerou feitos de Eduardo área por área: economia, segurança, saúde e educação. Em referências claras ao governo Jarbas Vasconcelos (PMDB), comentou que Eduardo não precisou vender nenhuma estatal e que o governo vai construir “quatro ou cinco BRs-232”. “Não é obra para quem gosta de ar-condicionado, de ficar em seu gabinete sem ouvir as lideranças políticas e o povo”, provocou, em outro momento, Uchoa.
O último a discursar, como manda o protocolo, foi o governador, candidato à reeleição em 2010. Ele fez duas menções à campanha de 2006. Na primeira, disse que se suas promessas naquele ano fossem apresentadas em um telão similar ao usado no evento de ontem, não teria pendências. Em outro momento, citou uma frase que utilizou nas eleições passadas.
“Aí eu me lembro, o (prefeito) Giovani (Oliveira, de Itaquitinga) me lembrou, do que eu dizia durante a campanha, sobre a máquina pública. Se você deixar a máquina pública moer sozinha, só mói para o lado dos que já têm tudo, para o lado dos engravatados”, discursou o governador.
Eduardo falou ainda dos índices de redução da violência. E, quando falou sobre turismo, voltou aos ataques. Criticou fortemente o abandono de Itamaracá frente a ascensão de Porto de Galinhas. “Vimos o Litoral Norte ser destruído aos olhos de todos”, disse.
Do JC Online
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