10 de nov. de 2009

Arraesista é homenagiado

De contínuo e ascensorista da Assembleia Legislativa a fiel escudeiro de Arraes. Eis um brevíssimo perfil de Adilson Gomes, ex-vereador de Moreno (1972) e hoje atuando na assessoria especial do Palácio do Campo das Princesas. Ontem à noite, ele foi homenageado pela Assembleia Legislativa em reconhecimento à sua atuação política no estado, em especial no regime militar, quando ajudou a fundar o MDB em Pernambuco, em l966. Na década de 70, integrou as coordenações das campanhas majoritárias do empresário Antonio Ermírio de Morais, Marcos Freire e Jarbas Vasconcelos para o Senado. Apenas Freire se elegeu em 1974.


Gomes no evento da Assembleia, ao lado da deputada Nadegi Queiroz e do presidente da Casa, Guilherme Uchoa. Foto: Rinaldo Marques/Alepe
Um fato curioso na sua vida: chegou a servir cafezinho para Marco Maciel quando era líder da maioria no Legislativo em 1963. Depois, promovido a assistente do plenário passou a atuar no gabinete da minoria. Outra curiosidade: Adilson foi cabo do Exército, mas preferiu trocar a carreira militar pela política. Nestes 50 anos de vida pública, pautou-se peladiscrição, lealdade e humildade. Soube migrar do jarbismo em l986 para se engajar na campanha vitoriosa de Arraes sem deixar sequelas. "Preciso de você para me ajudar", disse Arraes. Jarbas liberou Adilson sem pestanejar (em 1985, na primeira eleição direta para prefeito do Recife, o hoje senador teve o apoio do ex-governador).

No segundo mandato do governador de Arraes, Adilson recebeu uma missão especial: cuidar da micropolítica, que sempre dá dor de cabeça aos inquilinos do Palácio das Princesas. Na sucessão estadual de l990, já filiado ao PSB de Arraes, começa o distanciamento de Jarbas do arraesismo. Após a derrota para Joaquim Francisco - agora filiado ao PSB - os jarbistas acusaram Arraes de ter feito corpo mole na campanha.

Mas, o rompimento definitivo ocorreu na sucessão recifense de l992. Jarbas não aceitou Eduardo Campos como companheiro de chapa (vice). "Assim não dá. Temos que romper com doutor Jarbas", afirmou Arraes na conversa presenciada pelo Diario, na pousada do Zé Pequeno, em Afogados da Ingazeira. Na volta do Sertão para o Recife, Arraes tenta convencer Pedro Eugênio para enfrentar Jarbas. Não teve êxito. Sem alternativas, Eduardo disputou a sucessão recifense. "O povo me vê candidato a governador (em l994)", respondeu Arraes ao se excluir da disputa.

Mapa eleitoral na palma da mão

Por enquanto, Adilson não se sente estimulado para escrever suas memórias. Ele tem o mapa eleitoral de Pernambuco na palma da mão e uma vivência importante nos bastidores do poder. Teve participação destacada na campanhas majoritárias de 1986 e 1994. Discretíssimo, (é muito difícil encontrar uma foto sua ao lado de Arraes), mas bom articulador, Adilson nunca gostou de holofotes.

Nas duas majoritárias vencidas por Arraes, o assessor especial do governador Eduardo Campos, teve a espinhosa missão de juntar no mesmo palanques adversários locais. Ele cuidava até do cardapio do ex-governador. Atento aos mínimo detalhes na preparação dos comícios, discordava dos longos discursos, tudo em nome da racionalidade. Em l994, por exemplo, em questão de horas, Arraes fez comício em Ipubi, Trindade (Sertão do Araripe) e em Salgueiro.

Neste último município houve um pequeno contratempo: a agenda previa a ida de Arraes a cada comitê dos oito candidatos a deputado estadual. "Assim não, junta todo mundo para a gente conversar",disse ele a Adilson. O ex-governador corria contra o tempo. Em Trindade mais oito mil pessoas participarão da concentração na principal praça da cidade. O comício teve um final alegre: um show do rei Reginaldo Rossi, que varou a madrugada.

Do Diario de Pernambuco

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