26 de fev. de 2011

Do blog de Inaldo Sampaio

Fogo Cruzado
O voto proporcional está na berlinda


Coluna da Folha de Pernambuco do sábado, 26/02/11

Um dos temas mais discutidos da reforma política é o chamado voto proporcional. Por essa modalidade de escolha, o eleitor corre o risco de votar num candidato e eleger outro. Isso ocorre com frequência aqui e em toda parte nas eleições para as Câmaras Municipais, Assembleias Legislativas e Câmara Federal. O candidato não obtém os votos necessários para garantir sua eleição mas eles são computados para o partido e contribuem para assegurar a vitória de outros mais votados.

Tivemos vários casos dessa natureza na eleição de 2010. Terezinha Nunes e Pedro Eurico, por exemplo, não renovaram seus mandatos de deputado estadual pelo PSDB. Mas os votos que tiveram contribuíram para eleger Betinho Gomes, Antonio Moraes, Édson Vieira, Carlos Santana e Claudiano Martins Filho. O mesmo se deu com Jacilda Urquisa e Jayme Asfora, que se candidataram pelo PMDB. Não se elegeram, mas ajudaram com os seus votos a eleição de Gustavo Negromonte.
Porém, não é essa a maior crítica que se faz ao voto proporcional e sim ao fato de algumas vezes ele garantir a vitória de candidatos sem votos, deixando de fora candidatos “com” (votos). Bom exemplo disso foi a eleição de Enéas Carneiro para deputado federal (SP) em 2002. Ele obteve 1,5 milhão de votos (mesma quantidade obtida por Tiririca em 2010). Mas como precisava de apenas 250 mil para se eleger suas “sobras” arrastaram para a Câmara um candidato do PRONA de 275 votos.
Consórcio 1- Está dando tão certo o consórcio dos municípios do Araripe na gestão do Hospital Regional de Ouricuri que os prefeitos associados reconduziram o petista Gerôncio Figueiredo (Trindade) para mais um período na presidência. O vice é Brivaldo Alves (DEM), de Bodocó.
Consórcio 2- Os consórcios em fase de consolidação vão entregar um documento a Eduardo Campos pedindo a manutenção dessa política, que descentraliza o atendimento e chega junto da população. Eles notam um certo desinteresse do secretário Antonio Figueira por esse modelo.
É aqui – Mendonça Filho e Augusto Coutinho, os dois únicos “demistas” de Pernambuco na Câmara Federal, tomaram partido na briga interna de Rodrigo Maia com Jorge Bornhausen pelo controle da legenda. Ambos estão com o filho de César Maia, que por ser jovem representaria o futuro, ao passo que o ex-senador catarinense, que já presidiu o PFL, encarna o “passado”.
Carreirismo – Mais uma vez, o movimento dos militares e bombeiros por aumento de salário está sendo conduzido por lideranças com interesse político-eleitoral. Tanto o capitão Wlademir Assis como o tenente-coronel João Moura, que prometem fazer uma passeata no dia 1º de março em direção ao Palácio do Campo das Princesas, foram candidatos a deputado em 2010.
O recado– Independente de ter falado em nome próprio ou do partido, a vereadora Marília Arraes (PSB) disse duas coisas importantes esta semana: que nunca foi chamada pelo prefeito João da Costa para conversar e que seria “saudável” a alternância de poder no Recife em 2012.
É proibido! - Sérgio Guerra não autorizou ninguém do PSDB-PE a ir ao jantar na casa de Roberto Freire, em Brasília, com gente do DEM,PPS e PMDB, para tratar da eleição do Recife. Levou a sério a definição de Tony Gel de que, em PE, PSDB e DEM são como “água e óleo”.
Poder e riso – Tiago Arraes de Alencar Norões, que substituiu Tadeu Alencar na Procuradoria Geral do Estado, pratica o ensinamento de Carlos Lacerda quando esteve à frente do governo da extinta Guanabara: “O poder deve ser exercido com alegria”. Tiago é cearense de nascimento, parente de Miguel Arraes e benquisto na classe dos procuradores por ser afável e sempre alegre.
Jaboatão 1 - Lula Cabral (PTB), prefeito do Cabo, não crê que o senador Armando Monteiro Neto vá aceitar que gente do partido passe a integrar a equipe de governo do prefeito de Jaboatão, Elias Gomes (PSDB), seu desafeto político e pessoal. Mas, caso aceite, ele deixará o partido na mesma hora.
Jaboatão 2 – De Luiz Carlos Matos, presidente do PTB de Jaboatão, sobre o “cerco” de Elias Gomes ao partido: “Decisões do PTB passam pelo diretório municipal, conforme o senador Armando Monteiro. É verdade que temos bons quadros, mas não para se aliar a Elias e sim para disputar a prefeitura”.

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