25 de ago. de 2011


Deputados eleitos gastaram até 37 vezes mais que não eleitos

O relator da Comissão Especial da Reforma Política, deputado Henrique Fontana (PT-RS), apresentou nesta quarta-feira uma análise que considerou "prova do poder econômico na eleição para deputado federal. De acordo com ele, os gastos dos candidatos que se elegeram em 2010 são até 37 vezes superiores que as despesas dos que não se elegeram. As informações são da Agência Câmara.
No Rio Grande do Sul, por exemplo, Fontana disse que os deputados eleitos gastaram, em média, R$ 923 mil, contra R$ 63 mil gastos pelos que não se elegeram. Em Goiás, os valores médios são, respectivamente, de R$ 2,4 milhões e R$ 114 mil. No Piauí, R$ 770 mil e R$ 44 mil. Já em Pernambuco, os eleitos gastaram em média 37 vezes a mais do que os não eleitos: R$ 1,2 milhão contra R$ 32 mil.
Fontana é defensor do financiamento público exclusivo de campanha, um sistema em que as campanhas eleitorais usariam apenas dinheiro público e doações de pessoas físicas e empresas seriam proibidas. "Hoje, a desigualdade está submergida, não aparece. O tema da equidade das candidaturas é muito importante porque, hoje, quem define os eleitos é o poder econômico, que elege a lista dos candidatos que receberão mais recursos", afirmou.
No Senado, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) rejeitou hoje o projeto que estabelecia o financiamento público exclusivo. O relator na comissão, senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), considerou que a medida não inibiria a corrupção nas eleições.

Blog da Folha (Por Valdecarlos Alves)

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