O morno na política
Com seu estilo matuto e bom de prosa, o ex-governador Joaquim Francisco costuma dizer que bandeira a meio pau só se justifica em luto oficial. Transportando a filosofia joaquinzista para o campo da política, concluímos, então, que oposição não se pratica pela metade nem com posturas do faz-de-conta.
Ao justificar o seu voto no governo na aprovação do salário mínimo de R$ 545, o deputado Raul Henry não convenceu. Disse que votou com o Governo para não contrariar o bloco independente do PMDB e com isso não se isolar no Congresso. Conversa para boi dormir!
Jamais Jarbas Vasconcelos, o seu padrinho político, tomaria igual decisão. Oposição é oposição em qualquer situação. Quem votou em Henry e o colocou na oposição esperaria dele postura de oposição. E ponto final! Procurado, ontem, para tratar do assunto, o deputado quanto mais se explicava mais se complicava.
Não dá para justificar o injustificável! Lembrei-me de um trecho bíblico no livro do Apocalipse, revelado pelo apóstolo João, quando advertia a igreja de Laudicéia que vinha adotando uma postura dúbia quanto à fé em Cristo, que diz, textualmente: “Assim, porque es morno , e não es quente nem frio, vomitarte-ei da minha boca”. Traduzindo, mais uma vez, para a estratosfera política, político morno é político em cima de muro, um vai com as outras. Que não tem aderência nem o respeito da população.
ESTILO MACIEL– Em meio a tanta podridão na política brasileira é digna de louvor a postura do ex-senador Marco Maciel (DEM), que devolveu aos cofres do Senado o valor de R$ 223 mil pela cota de passagem não usada em 2010 e janeiro de 2011. O fez através de ofício ao primeiro-secretário do Senado, Cícero Lucena (PSDB-PB). Diferente, diga-se de passagem, de um senador cearense não reeleito, que usou a sua cota até para abastecer o seu jatinho particular.
Serviço de quinta categoria - O Sassepe continua prestando péssimos serviços aos servidores do Estado. Quem depender de fisioterapia ali, por exemplo, está frito. As sessões, marcadas com a maior dificuldade pelo serviço 0800, somente são possíveis a cada oito dias. Para se recuperar lá se vai uma eternidade!
Caixa na contramão - A Caixa Econômica Federal baixou uma resolução equivocada, antieconômica e com, certeza, de grande repercussão social. Pelo programa Minha casa, minha vida, o financiamento só será autorizado se a rua da futura casa já estiver calçada ou com acesso pavimentado. No Interior, impossível. Em pelo menos 90% dos bairros populares não há calçamento. E agora, José?
Estado endividado - O deputado Tony Gel entende que o governador Eduardo Campos errou ao assinar empréstimo de R$ 200 milhões com a CEF para programa de saneamento. “Com tanto prestígio em Brasília, ele deveria buscar dinheiro a fundo perdido e não aumentar a capacidade de endividamento do Estado”, diz.
Obras no sertão - O deputado Ciro Coelho (PSB) regressou, ontem, de Brasília, com uma boa notícia do ministro Fernando Bezerra Coelho para Ouricuri: serão liberados R$ 30 milhões para obras de saneamento básico no município. Com FBC, Ciro tratou ainda de transposição e os projetos Pontal, Maria Teresa e Nilo Coelho, no sertão.
CURTAS –
CHESF– O PT do Nordeste está criando problemas para o governador Eduardo Campos. A bancada no Senado quer indicar o presidente da Chesf. Alega que o PSB já indicou o ministro da Integração, ocupando uma cota que era do PMDB.
OBRAS– A prefeita de Lagoa Grande, Rose Garziera (PMDB), regressou, ontem, de Brasília, em companhia de Jorge Garziera, com a garantia de que terá recursos para urbanização da Praça Hermes Amorim e construir uma cozinha comunitária.
COPIANDO– O governador de Sergipe, Marcelo Déda (PT), saiu, ontem, de uma reunião com o governador Eduardo Campos bem impressionado com os resultados do Pacto pela Vida. E vai levar a experiência para o seu Estado urgentemente.
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